SÍNDROME DE DEFICIÊNCIA POSTURAL (SDP)

CONDIÇÕES OCULARES

Síndrome de Deficiência Postural (SDP)

O Síndrome de Deficiência Postural (SDP) é uma doença proprioceptiva provocada pela perturbação dos componentes do sistema proprioceptivo (considerado o nosso 6ª sentido) e cujo diagnóstico é clínico é confirmado pela reversibilidade da maior parte dos sinais e sintomas com a reprogramação postural e a colocação de lentes prismáticas de baixa potência.



Descrito em 1979 por Henrique Martins da Cunha, Fisiatra português e antigo chefe do serviço de Medicina Física e de Reabilitação (MFR) do Hospital de Santa Maria (HSM), designa um conjunto de sinais e sintomas provocados por um distúrbio do funcionamento do sistema proprioceptivo, estimando-se que 10 % da população pode sofrer desta afecção nos seus múltiplos e variados aspetos clínicos.

Começando por definir Propriocepção, esta é a capacidade de definir o posicionamento espacial de um determinado segmento do corpo, em qualquer momento, independentemente da contribuição de estímulos visuais, auditivos, vestibulares e/ou somatossensoriais. No entanto ao longo da vida, vamos adoptando posturas ergonomicamente incorretas (ex. não encostar a região lombar nas cadeiras, ler numa mesa sem plano inclinado, ect) levando a assimetrias sensitivas que por sua vez conduzem a adaptações corticais, resultando clinicamente num SDP.

O SDP geralmente não é diagnosticado como tal pode apresentar-se de diversas formas: depressões, enxaqueca, tonturas, dificuldades de leitura sem justificação aparente em atividades escolares, angústia e mal estar em espaços abertos, dores nas costas ou disseminadas pelo corpo (semelhantes às fibromialgias), bruxismo (“ranger” de dentes durante a noite), insónias, etc.


Um dos principais receptores proprioceptivos é o olho e cada indivíduo tem um olho mais ativo para estabilizar a postura - olho postural. O olho postural situa-se à direita em 55% dos casos, não tem relação com a lateralidade a nível dos pés ou das mãos ou, ainda, com o olho diretor.

A nível oftalmológico os sinais mais frequentes são escotomas, diplopia monocular/binocular, insuficiência de convergência com sintomas de astenopia, alterações oculomotoras como diplopia, desvios inconcomitantes, exotropia para perto (desvios para “dentro”) e visão turva.


O tratamento do receptor ocular baseia-se na introdução de prismas posturais de baixa potência para reprogramação postural, sendo que a prescrição desses prismas se baseia no estudo da extensão e rotação da cabeça, bem como na pesquisa de pseudo-escotomas direcionais.

 

O protocolo simplificado de prescrição prismática encontra-se na figura abaixo, tendo se de ter especial atenção também na escolha da armação, bem como medidas e afinação da mesma (ângulo pantoscópico, inclinação, distância vertex e DNP´s), para a indução do efeito prismático pretendido.

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